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Complexidade Irredutível
Um conceito usado pelos cientistas, estudiosos, e defensores
do Design Inteligente que segundo a qual certos sistemas biológicos têm uma
complexidade alta, e que é altamente improvável que tenha surgido de forma
evolutiva a partir de predecessores mais simples, ou menos completos, através
de mutações aleatórias que tenham vantagem e com seleção natural ocorridas
naturalmente, sem a interferência de inteligência, pois tais sistemas
biológicos só poderiam ser funcionais se todas as suas partes estivessem
presentes e montadas em uma ordem certa, seguindo um procedimento. Esse é um
dos argumentos que apoia o Design Inteligente, não é plausível que a
complexidade da vida seja vinda a partir de processos naturais, sem alguma
inteligência coordenando.
Segundo o resultado de um julgamento famoso que ocorreu
chamado Kitzmiller v. Dover Area School District: “O conceito de complexidade
irredutível é majoritariamente descartado pelo comunidade científica”. Talvez
por outros motivos quem sabe é descartada, esse caso ocorreu por conta do
conteúdo da origem da vida em escolas americanas, deveriam aprender sobre a
teoria de Darwin ou o Design Inteligente.
A ciência descarta a complexidade irredutível, porém ela não
deixa de existir e estar bem claro ser a prova da existência de Deus para
muitos estudiosos do assunto.
O autor da complexidade irredutível, Michael Behe, define um
sistema irredutivelmente complexo como um sistema “composto de várias partes
bem combinadas que interagem e que contribuem para a função básica do sistema,
onde a remoção de qualquer das partes faz com que o sistema pare de funcionar”.
Para confirmar esse argumento ele aponta alguns exemplos que, segundo ele,
demonstram que as formas biológicas modernas não poderiam ter evoluído
naturalmente.
Segundo o ponto de vista dos críticos:
Os críticos consideram que a maioria ou todos os exemplos
são baseados em uma compreensão errônea do funcionamento dos sistemas
biológicos em questão, e consideram a baixa qualidade dos exemplos uma grande
prova do argumento pela ignorância ( isto é, se ninguém provou que X é falso,
então X é verdadeiro).
Citação de William Dembski, outro defensor do Design
Inteligente:
Um sistema que executa uma função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um conjunto de partes individualizadas de forma não arbitrária, bem-combinadas,que interagem mutuamente, de forma que cada parte no conjunto é indispensável para manter a função básica, e portanto original, do sistema. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido como o núcleo irredutível do sistema.
Exemplos biológicos irredutivelmente complexos:
Ciclo de Krebs – O início e o fim interligados
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O ciclo do ácido cítrico começa com o Acetil-CoA,
transferindo seu grupo acetila de dois carbonos ao composto receptor oxaloacetato,
de quatro carbonos, formando um composto de seis carbonos, o citrato.
O citrato então passa por uma série de transformações
químicas, perdendo dois grupos carboxila na forma de CO2. Os carbonos liberados
na forma de CO2 são oriundos do oxaloacetato, e não diretamente do Acetil-CoA.
Os carbonos doados pelo Acetil-CoA se tornam parte do oxaloacetato após o
primeiro passo do ciclo do ácido cítrico.
A transformação dos carbonos doados pelo Acetil-CoA em CO2
requer vários passos no ciclo de Krebs. No entanto, por causa do papel do ácido
cítrico no anabolismo (síntese de substâncias orgânicas), ele pode não ser
perdido já que muitas substâncias intermediárias do ciclo também são usadas
como precursoras para a biosíntese em outras moléculas.
A maior parte da energia disponível graças ao processo
oxidativo do ciclo é transferida por elétrons altamente energéticos que reduzem
o NAD+, tranformando-o em NADH. Para cada grupo acetila que entra no ciclo de
Krebs, três moléculas de NADH são produzidas (o equivalente a 2,5 ATPs).
Elétrons também são transferidos ao receptor Q, formando
QH2.
No final de cada ciclo, o Oxoalocetato de quatro carbonos é
regenerado, e o processo continua utilizando o resultado do último processo
como base principal para se obter um novo ciclo
O olho
O olho é um exemplo famoso de uma estrutura irredutivelmente
complexa, devido a suas muitas partes elaboradas e interconectadas, parecendo
todas elas dependentes uma da outra. O olho é frequentemente citado por
defensores do Design Inteligente e criacionismo como um exemplo de complexidade
irredutível. Behe usou o "problema do desenvolvimento do olho" como
uma evidência do Design Inteligente no livro Darwin's Black Box. Apesar de Behe
reconhecer que a evolução de grandes estruturas anatômicas do olho serem bem
explicadas, ele alegou que a complexidade das reações bioquímicas necessárias a
nível molecular para a sensibilidade à luz ainda desafiam as explicações. O
criacionista Jonathan Sarfati descreveu o olho como o "grande
desafio" dos biólogos evolucionistas e "um exemplo de soberba
'complexidade irredutível' na criação de Deus", apontando especificamente
para sua suposta "vasta complexidade" necessária para a
transparência.
Em uma passagem geralmente citada de forma errada de "A
Origem das Espécies", Charles Darwin parece reconhecer o desenvolvimento
do olho como uma dificuldade para sua teoria. Entretanto, a citação no devido
contexto mostra que Darwin possuía uma boa compreensão da evolução do olho. Ele
aponta que "supor que o olho [...] possa ter sido formado pela seleção
natural parece, eu confesso frequentemente, absurdo no mais alto grau".
Entretanto, esta observação era apenas um recurso retórico de Darwin. Ele
prossegue explicando que se a evolução gradual do olho for demonstrada como
possível, "a dificuldade de acreditar que um olho perfeito e complexo
possa ser formado pela seleção natural [...] dificilmente pode ser considerada
real". Ele então seguiu apresentando um provável roteiro de evolução do
olho usando exemplos de olhos gradualmente mais complexos, de várias espécies.
Desde os dias de Darwin, a ancestralidade do olho é bem
melhor compreendida. Apesar de que o entendimento da construção dos olhos
antigos através do registro fóssil ser problemático devido ao fato dos tecidos
macios não deixarem impressões ou restos, a evidência genética e de anatomia
comparativa tem apoiado a idéia de uma ancestralidade comum a todos os olhos.
Flagelo
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O flagelo de certas bactérias constitui um motor molecular
exigindo a interação de cerca de 40 partes proteicas complexas, e a ausência de
qualquer uma destas proteínas faz com que o flagelo não funcione. Behe mantém
que o "mecanismo" do flagelo é irredutivelmente complexo por que se
tentarmos reduzir sua complexidade colocando um estágio anterior mais simples
de seu desenvolvimento evolucionário, obteremos um organismo que não funciona
de maneira apropriada.
Em contrapartida, pesquisas apontam que o corpo basal do
flagelo é similar ao sistema secretor Tipo III, uma estrutura em forma de
agulha que alguns germes patogênicos como a Salmonella e a Yersinia pestis usam
para injetar toxinas em células eucariontes vivas. A base da agulha possui dez
elementos em comum com o flagelo, mas ainda faltam quarenta das proteínas que
fazem o flagelo funcional. Entretanto, ainda que a dúvida permaneça, este
sistema parece negar a alegação de que tirar qualquer das partes do flagelo o
transformam em uma estrutura inútil. Isto fez com que Kenneth Miller notasse
que "As partes destes sistema supostamente irredutivelmente complexo na verdade
tenham funções próprias."
Resposta da comunidade cientifica
A complexidade irredutível associada ao Design Inteligente ainda
se mostra falha em obter aceitação notável dentro da comunidade científica.Um
autor sobre ciência chamou a complexidade irredutível de "estratégia da
rendição intelectual completa."
Caminhos evolutivos potencialmente viáveis foram propostos
para todos os sistemas alegadamente irredutivelmente complexos, como a
coagulação do sangue, o sistema imunitário, e o flagelo, que eram os três
exemplos que Behe usou. Mesmo seu exemplo de uma ratoeira foi demonstrado como
redutível por John H. McDonald. Se a complexidade irredutível é um obstáculo
intransponível para a evolução, não deveria ser possível sequer conceber estes
caminhos - Behe comentou que estes caminhos plausíveis derrotariam seu
argumento.
Niall Shanks e Harl H. Joplin, ambos da East Tennesse State
University, mostraram que os sistemas que Behe caracterizou como tendo
complexidade bioquímica irredutível podem surgir natural e espontaneamente como
resultado de processos químicos auto-organizados. Eles também apontam que os
sistemas bioquímicos e moleculares que evoluíram apresentam "complexidade
redundante" — um tipo de complexidade que é o produto da evolução de um
processo bioquímico, e que Behe superestimou a significância da complexidade
irredutível por causa de sua visão simples e linear das reações bioquímicas,
resultante na sua seleção de instantes de funcionalidades seletivas de
sistemas, estruturas e processos biológicos, ao mesmo tempo que ignora a
complexidade redundante do contexto em que estas funções estão naturalmente
inseridas. Também criticaram sua dependência de metáforas simplistas demais,
como a da ratoeira. Além disso, a pesquisa publicada no Nature, uma publicação
que faz peer-review, demonstrou que as simulações de computador da evolução
demonstraram que é possível que a complexidade irredutível evolua naturalmente.
Um documentário sobre o assunto:
Desvendando o mistério da vida.
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