Samurais
Samurai era como soldado da
aristocracia do Japão entre 1100 a 1867. Com a restauração Meiji a sua era, já
em declínio, chegou ao fim. Suas principais características eram a grande
disciplina, lealdade e sua grande habilidade com a katana.
Pequena história sobre os samurais
O samurai era uma pessoa muito rígida moralmente, tanto que
se seu nome fosse desonrado ele executaria o seppuku, pois em seu código de
ética era preferível morrer com honra a viver sem a mesma.
Seppuku, suicídio honrado de um samurai em que usa uma tanto
(faca) e com ela enfia no estômago e puxa-a para cima eviscerando-o. Uma morte
dolorosa e honrada.
Inicialmente, os samurais eram apenas coletores de impostos
e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para
estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.
Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o
termo "samurai", e este ganhou uma série de novas funções, como a
militar. Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um samurai, bastando para
isso adestrar-se no Kobudo (artes marciais samurais), manter uma reputação e
ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi
até o xogunato dos Tokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos samurais
passou a ser uma casta. Assim, o título de "samurai" começou a ser
passado de pai para filho.
O samurai mais famoso de todos os tempos foi Miyamoto
Musashi (1584—1645), um guerreiro que veio do campo, participou da batalha de
Sekigahara e iniciou um longo caminho de aperfeiçoamento. Ele derrotou os
Yoshioka em Edo (atual Tóquio) e venceu o grande Sasaki Kojirō, outro grande
samurai.
Pelo fim da era Tokugawa, os samurais eram burocratas
aristocráticos ao serviço dos daimiô, com as suas espadas servindo para fins
cerimoniais. Com as reformas da era Meiji, no final do século XIX, a classe dos
samurais foi abolida e foi estabelecido um exército nacional ao estilo
ocidental. O rígido código samurai, chamado bushido, ainda sobrevive, no
entanto, na atual sociedade japonesa, tal como muitos outros aspectos do seu
modo de vida.
Os Samurais, como classe social, deixaram de existir em
1868, com a restauração Meiji, quando o imperador do Japão retomou o poder do
país.
Seu legado continua até nossos dias, influenciando não
apenas a sociedade japonesa, mas também o ocidente.
O nome "samurai" significa, em japonês,
"aquele que serve". Portanto, sua maior função era servir, com total
lealdade e empenho, o Imperador. Em troca disso recebiam privilégios terras
e/ou pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz, numa medida denominada
koku (200 litros).
Um termo mais apropriado para Samurai é bushi (武士)
(significando literalmente "guerreiro ou homem de armas") que era
usado durante o período Edo. No entanto, o termo "Samurai" refere-se
normalmente à nobreza guerreira e não por exemplo à infantaria alistada. Um
samurai sem ligações a um clã ou daimyō era chamado de ronin (literalmente
"homem-onda"). Rōnin são também samurais que largaram a sua honra ou
aqueles que não cumpriram com o seppuku, que significa dividir a barriga, de
modo a repor a honra do seu clã ou família. Samurais ao serviço do han eram chamados
de hanshi.
Era esperado dos Samurais que eles não fossem analfabetos e
que fossem cultos até um nível básico, e ao longo do tempo, durante a era
Tokugawa (também chamada de período Edo), eles perderam gradualmente a sua
função militar.
Tal relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à
da Europa medieval, entre os senhores feudais e os seus cavaleiros. Entretanto,
o que mais difere o samurai de quaisquer outros guerreiros da antiguidade é o
seu modo de encarar a vida e seu peculiar código de honra e ética.
Após tornar-se um bushi (guerreiro samurai), o cidadão e sua
família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os samurais tinham o
direito (e o dever) de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado
"daishô": um verdadeiro símbolo samurai. Era composto por uma espada
curta (wakizashi), cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande
(katana), com lâmina de 60 cm.
Todos os samurais dominavam o manejo do arco e flechas. Alguns
usavam também bastões, lanças e outras armas como a foice e corrente
(kusarigama) e jutte.
Eram chamados de ronin os samurais desempregados: aqueles
que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos morria
ou era destituído do cargo.
Os samurais obedeciam a um código de honra não-escrito
denominado bushidô (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não
poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação.
Havia uma máxima entre eles: a de que a vida é limitada, mas
o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa disso, esses guerreiros
prezavam a honra, a imagem pública e o nome de seus ancestrais acima de tudo,
até da própria vida.
A morte, para o samurai, era um meio de perpetuar a sua
existência. Tal filosofia aumentava a eficiência e a não-hesitação em campos de
batalha, o que veio a tornar o samurai, segundo alguns estudiosos, o mais letal
de todos os guerreiros da antiguidade.
Talvez o que mais fascine os ocidentais no estudo desses
lendários guerreiros é a determinação que eles tinham em freqüentemente
escolher a própria morte ao invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou
desgraçados por outra falha, a honra exigia o suicídio em um ritual denominado
harakiri ou seppuku. Todavia, a morte não podia ser rápida ou indolor. O
samurai fincava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen, cortando a
região central do corpo, e terminava por puxar a lâmina para cima, o que provocava
uma morte lenta e dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o samurai devia
demonstrar total autocontrole diante das testemunhas que assistiam ao ritual.
No entanto, dispunham de um assistente neste momento, que deceparia sua cabeça
ao menor sinal de fraqueza para que sua honra fosse igualmente preservada.
Normalmente eram escolhidas pessoas próximas (familiares, amigos) da pessoa que
estava cometendo o seppuku para ajudar como assistente. Tal "cargo"
era considerado de grande honra.
A morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada
de decapitação. A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele
realmente fora vencido. Por causa disso, alguns samurais perfumavam seus elmos
com incenso antes de partirem para a guerra, para que isso agradasse o eventual
vencedor. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus
daimyo, que lhe davam terras e mais privilégios.
Ao tomar conhecimento desses fatos, os ocidentais geralmente
avaliam os samurais apenas como guerreiros rudes e de hábitos grosseiros, o que
não é verdade. Os samurais destacaram-se também pela grande variedade de
habilidades que apresentaram fora de combate. Eles sabiam amar tanto as artes
como a esgrima, e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo.
Muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas
de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá)
eram também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do
samurai.
O caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem
perfeito que esses guerreiros buscavam. Nessa busca os samurais descobriram o
Zen-budismo, como um caminho que conduzia à calma e à harmonia.
Os samurais eram guerreiros que davam muita importância ao
seu clã (família) por isso se algum membro da família do samurai morresse por
assassinato ele teria que matar o assassino para assim reconquistar sua honra.
Os samurais prezavam particularmente o treinamento militar.
Através das artes marciais, era fortalecida tanto a sua técnica quanto o seu
espírito. Mais do que acertar um alvo com sua flecha ou cortar algo com sua
espada, um samurai sempre visava refinar seu espírito, com a autodisciplina e o
autocontrole, para assim estar sempre preparado para as situações mais adversas
possíveis.
Tal preocupação com o espírito que ajudou as artes Samurai a
se salvar de sua extinção na Restauração Meiji (época em que os samurais
viraram burocratas a serviço do governo). O Kobudo, como são conhecidos os
estilos de combate criados pelos samurais ainda é praticado até nossos dias. O
Kobudo envolve uma grande gama de armas diferente e técnicas, como o Kenjutsu
(arte de combater com espadas), Iaijutsu (arte de desembainhar a espada em
combate), Naginatajutsu (luta com alabarda), Sōjutsu ou Yarijutsu (arte da
lança), Jojutsu e Bōjutsu e uma forma de Taijutsu. A maioria destas artes
tiveram versões modernizadas (Gendai budō) no século XX, como o Kendō, Iaidō,
Jōdō, Aikido, Judô e Jiu-Jitsu por exemplo. Tanto o Kobudo como o Gendai Budo
são praticados hoje em dia, muitas vezes se complementando.
Armadura
Uma armadura típica dos samurais era composta por diversos
detalhes importantes, sofrendo mudanças de acordo com o período histórico, o
clã e a classe do samurai. As usadas para batalhas a cavalos, chegavam a pesar
até quarenta quilos.
Suneate: Duas lâminas verticais presas na canela por juntas
ou correntes.
Haidate: Protetor de coxas, com a parte inferior sobreposta
de lâminas de metal ou couro.
Yugate: Luvas feitas de couro.
Kotê: São as mangas que protegiam os antebraços e punhos,
poderiam ser feitas de diversos materiais, como tecido, couro ou lâminas de
metal.
Dô: Protetor para o abdômen.
Kusazuri: Um tipo de saia feita de lâminas de metal presas a
um cinto de couro e amarradas no Dô, servia para proteger o quadril e as coxas.
Uwa-obi: Cinto feito de linho e algodão que amarrava o Dô.
Sode: Protetor de ombros feito de lâminas de metal.
Hoate: Máscara que variavam muito de modelo, conforme o
período.
Kabuto: Capacete, que também variavam muito de modelo,
conforme o período. Simbolizavam o poder e status do samurai.
Horo: Capa, feita de seda utilizada como aparador de
flechas, também levava consigo o desenho do clã o qual o samurai participava.
O Dia do Samurai
A data foi escolhida pelo autor do projeto (o então vereador
William Woo) em homenagem ao aniversário do Sensei Jorge Kishikawa, a título de
reconhecimento por seu trabalho na difusão das artes samurais tradicionais
(Kobudo ou Koryu Budo) no Brasil.
A comemoração do Dia do Samurai foi posteriormente proposta
e oficializada em várias outras cidades e também estados do território
brasileiro. Atualmente a data é parte do calendário oficial das cidades de São
Paulo (a metrópole onde se concentra o maior número de descendentes japoneses
fora do Japão), Ribeirão Preto (cidade considerada como o berço da imigração
japonesa no Brasil), Brasília, Piracicaba, Campinas e Guarulhos e nos estados
do Amazonas, Paraná e Santa Catarina.
O Samurai na sociedade japonesa
Os samurais eram treinados militarmente desde a infância, e
formavam uma casta respeitadíssima e hereditária. Moldados no treinamento e
educação espartanos, sua conduta era rígida e baseada num código restrito
chamado Bushido (o caminho guerreiro), que enfatizava as qualidades de
lealdade, bravura e resistência. Quando derrotados ou desonrados, praticavam o
Seppuku, o suicídio sagrado e ritualístico, em que o guerreiro abria o próprio
ventre com uma faca.
A Sociedade Japonesa, durante o período do xogunato, abaixo
dos nobres, dos senhores feudais e dos grandes líderes militares, dividia-se em
4 classes principais: samurais, lavradores, artesãos e mercadores. Os samurais,
a classe dos guerreiros, que compreendia cerca de 3 a 8 por cento do total da
população, destacava-se como casta por poder portar armas legalmente, as quais
eram proibidas às outras pessoas; a eles, samurais, quais cabiam a
responsabilidade de manter a ordem.
Os samurais tinham privilégios, como o livre direito de
ação; diante deles, em certas ocasiões, as pessoas das classes mais baixas
deviam lhes reverenciar, como ato de respeito. Por lei, um direito chamado
kirisute gomen dava a um samurai o poder de eliminar com sua espada qualquer um
das castas mais baixas que não o respeitasse. Os samurais, como casta,
terminaram com a extinção do feudalismo.
Sem ter a quem servir, entraram na luta contra o império,
numa série de revoltas iniciadas em 1870, que foram abafadas pelo exército
imperial. Os sobreviventes das revoltas, homens com séculos de orgulho, honra e
cultura guerreira, se degradaram e terminaram seus dias com bandoleiros ou
mendigos.
Casamento samurai
Geralmente o casamento era arranjado pelos pais, com o
consentimento silencioso dos jovens. Mas, também não se descartava a hipótese
dos próprios jovens arrumarem seus pretendentes.
Nas famílias dos samurais, a monogamia tornou-se regra, mas
no caso de esterilidade da mulher, o marido tinha o direito de possuir uma
"segunda esposa" (como na aristocracia), pertencente à mesma classe
ou de casta inferior. Mas depois no século XV, esse costume acabou, no caso do
casal não ter filhos e assim sendo não possuir herdeiros, recorria-se ao
processo de 'yôshi' (adoção) de um parente ou de um genro. Como norma geral o
casamento constituía assunto estritamente familiar e se realizava dentro dos
limites de uma mesma classe.
Contudo, os interesses políticos às vezes rompiam as
barreiras dos laços familiares, transformando o matrimônio em assunto de
estado. Na aristocracia existiu um famoso ocorrido, o caso da família Fujiwara
que, a fim de manter a hegemonia da família nas altas posições junto à corte,
casou suas filhas com herdeiros do trono e outros membros da família imperial.
De modo semelhante, os chefes de clãs samurais promoviam políticas de alianças
por meio de casamento, dando suas filhas em matrimônio a senhores vizinhos ou
outras pessoas influentes.
Na classe samurai, mesmo não tendo uma autoridade absoluta,
a mulher ocupava uma posição importante na família. Quase sempre dispunha de um
controle total das finanças familiares, comandando os criados e cuidando da
educação dos filhos e filhas (sob orientação do marido).
Comandavam também a cozinha e a costura de todos os membros
da família. Tinham a importante missão de incutir na mente das crianças (meninos
e meninas), os ideais da classe samurai que eram: não ter medo diante da morte;
piedade filial; obediência e lealdade absoluta ao senhor; e também os
princípios fundamentais do budismo e confucionismo.
Com todas essas responsabilidades, a vida de esposa de um
samurai não era nada invejável. Com muita freqüência, o samurai estava ausente
prestando serviço militar ao seu senhor; e em tempo de guerra o samurai às
vezes era forçado a defender seu lar, pois conforme os reveses da batalha
poderiam virar alvo de ataques inimigos.
Nessas ocasiões de perigo para a família, não era difícil a
mulher combater ao lado do marido, usando de preferência a 'naginata'
(alabarda), arma que aprendiam a manejar desde cedo.
Mesmo não tendo o refinamento das damas da nobreza, pela
qual os samurais nutriam certo desprezo, a mulher samurai possuía conhecimentos
dos clássicos chineses e sabia compor versos na língua de Yamato, ou seja, no
japonês puro, usando 'kana'.
As crônicas de guerra, como o 'Azuma Kagami', contam-nos que
esposas de samurais lutavam na defesa de seus lares, empunhando alabarda,
atirando com arco ou até acompanhando seus maridos nos campos de batalha. Essas
mulheres demonstravam muita coragem ao enfrentarem o perigo sem medo.
Sem perder a feminilidade essas esposas, cuidavam de sua
aparência vestiam-se com esmero; gostavam de manter a pele clara, usando batom
e pintando os dentes de preto (tingir os dentes de preto era hábito de toda
mulher casada), tiravam a sobrancelha e cuidavam com muito carinho dos longos
cabelos escuros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário