Papel
Figura ilustra 5 etapas principais no processo de fabricação do papel na China.
Planta de papiro
A palavra papel vem
do latim papyrus e faz referência ao papiro, uma planta que cresce nas margens
do rio Nilo no Egito, da qual se extraia fibras para a fabricação de cordas,
barcos e as folhas feitas de papiro para a escrita. Quando a escrita surgiu, há
mais de 6 mil anos atrás, as palavras eram inscritas em tabuletas de pedras ou
argila. A forma mais primitiva de escrita era a
cuneiforme. Por volta de 3000 a.C., os egípcios inventaram o papiro.
Fragmento de papiro com manuscrito de Platão
Depois vieram os
pergaminhos feitos de couro curtido de bovinos, bem mais
resistentes.
Antes do fabricação
do papel, muitos povos utilizaram formas curiosas de se expressarem através da
escrita. Na Índia, usavam-se folhas de palmeiras, os esquimós utilizavam ossos
de baleia e dentes de foca, na China os livros eram feitos com conchas e
carapaças de tartaruga e posteriormente em bambu e seda. Entre outros povos era
comum o uso da pedra, do barro e até mesmo da casca das árvores.
As matérias
primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro
foi inventado pelos egípcios e os exemplares mais antigos datam de 3.500 a.C.
Até hoje, as técnicas de preparação do papiro permanecem pouco claras,
sabendo-se, apenas, que era preparado à base de tiras extraídas de uma planta
abundante no Rio Nilo. O pergaminho era muito mais resistente do que o papiro,
pois era produzido a partir de peles tratadas de animais, geralmente de ovelha,
cabra ou vaca.
Os chineses foram os primeiros a fabricar papel com as características
que o atual possui, isto nos últimos séculos antes de Cristo. Por volta do
século VI a.C. sabe-se que os chineses começaram a produzir um papel de seda
branco, próprio para a pintura e para a escrita.
Em 105 d.C., por ordem do imperador chinês Chien-ch'u, T'sai
Lun produziu uma substância feita de fibras da casca da amoreira, restos de
roupas e cânhamo, humedecendo e batendo a mistura até formar uma pasta. Usando
uma peneira e secando esta pasta ao sol, a fina camada depositada
transformava-se numa folha de papel. O princípio básico deste processo é o
mesmo usado até hoje. Esta técnica foi mantida em segredo pelos chineses
durante quase 600 anos.
Em 751 d.C, os chineses tentaram conquistar uma cidade sob o
domínio árabe e foram derrotados. Nessa ocasião, alguns artesãos foram
capturados e a tecnologia da fabricação de papel deixou de ser um monopólio
chinês. Mais tarde, os mouros invadiram a Europa, mais precisamente a Espanha e
lá deixaram uma forte influência cultural e tecnológica. Foi assim, que os
espanhóis conheceram também a técnica de dobrar papeis que ficou conhecida como
papiroflexia. O processo básico de
fabricação de papel criado por T’sai Lun foi sendo sofisticado e que
possibilitou uma imensa diversidade de papeis quanto à texturas, cores,
maleabilidade, resistência, etc.
A fibra vegetal que nos referimos antes é à celulose, um dos principais constituintes da
plantas e um polímero formado de pequenas moléculas de carboidratos, a glicose.
A celulose pode também ser usada para a fabricação de tecidos quando extraída
do algodão, cânhamo, chita ou do linho.
Potencialmente, qualquer planta produtora de celulose é fonte de
matéria-prima para a produção de papel.
Data de 1094 a primeira fábrica de papel em Xativa, Espanha.
A partir daí, na Europa, começa-se a alastrar a arte de produzir papel.
Curiosamente, a ideia de fazer papel a partir de fibras de madeira foi perdida
algures neste percurso, pois o algodão e os trapos de linho foram transformados
na principal matéria prima utilizada.
Apenas em 1719, o francês Reamur sugeriu o uso da madeira,
em vez dos trapos. Mas apenas em 1850 foi desenvolvida uma máquina para moer
madeira e transformá-la em fibras. As fibras eram separadas e transformadas no
que passou a ser conhecido como "pasta mecânica" de celulose. Em 1854
é descoberto na Inglaterra um processo de produção de pasta celulósica através
de tratamento com produtos químicos, surgindo a primeira "pasta
química".
As primeiras espécies de árvores usadas na fabricação de
papel em escala industrial foram o Pinheiro, o abeto, o vidoeiro, a faia, o
choupo preto e o eucalipto.
A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela
primeira vez, em escala industrial, no início dos anos 60, e ainda era
considerada uma "novidade" até a década de 70. Entretanto, de entre
todas as espécies de árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o
eucalipto é a que tem o ciclo de crescimento mais rápido e por isso tornou-se a
principal fonte de fibras para a produção do papel.
Graças à madeira,
o papel foi convertido de um artigo de luxo, de alta qualidade e baixa
produção, num bem produzido em grande escala, a preços acessíveis, mantendo uma
elevada qualidade.
Fontes: Unesp ; Bracepa ; opapeldopapel ; wikipedia
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