quinta-feira, 20 de março de 2014

Quasares


 
 
Quasar
 
Um quasar (abreviação de fonte de rádio quase-estelar) é um objeto astronômico distante e poderosamente energético com um núcleo galáctico ativo, de tamanho maior que o de uma estrela, porém menor do que o mínimo para ser considerado uma galáxia. Quasares foram primeiramente identificados como fontes de energia eletromagnética (incluindo ondas de rádio e luz visível) com alto desvio para o vermelho (redshift), que eram puntiformes e semelhantes a estrelas, em vez de fontes extensas semelhantes a galáxias. Os quasares são os maiores emissores de energia do Universo. Um único quasar emite entre 100 e 1000 vezes mais luz que uma galáxia inteira com cem bilhões de estrelas.


Enquanto houve inicialmente alguma controvérsia quanto à natureza destes objetos — até tão recentemente quanto os anos 1980, não havia um consenso sobre isto — há agora um consenso científico de que um quasar é uma região compacta com 10 a 10,000 vezes o raio de Schwarzschild do buraco negro supermassivo de uma galáxia, energizada pelo seu disco de acreção.

 Quasares apresentam um alto desvio para o vermelho muito alto, que é um efeito da expansão do espaço entre o quasar e a Terra. Eles estão entre os objetos mais luminosos, poderosos e energéticos no Universo. Eles tendem a existir no centro de galáxias jovens e ativas, e podem emitir até milhares de vezes a energia emitida pela Via Láctea. Quando combinado com a Lei de Hubble, a implicação do redshift é a de que os quasares estão muito longe e, portanto, objetos que fazem parte de uma etapa muito anterior na história do Universo. Os quasares mais luminosos brilham a uma taxa que pode exceder o brilho de uma galáxia média, equivalente a dois trilhões (2×1012) de sóis. Esta radiação é emitida de forma praticamente homogênea pelo espectro, dos raios-X ao infravermelho, com um pico nas bandas de ultravioleta e óptica, sendo que alguns quasares são também fontes poderosas de emissão de rádio e raios-gama.

Nas imagens ópticas primitivas, os quasares pareciam com pontos de luz (ou seja, fonte puntiformes), indistinguíveis de estrelas, exceto pelo espectro peculiar. Com telescópios infravermelhos e o Hubble Space Telescope, a "galáxia hospedeira" em torno dos quasares foi identificada em alguns casos. Estas galáxias são normalmente muito tênues para serem vistas contra o brilho do quasar, exceto com algumas técnicas especiais. A maioria dos quasares não podem ser vistos com telescópios pequenos, mas 3C 273, com uma magnitude aparente média de 12,9, é uma exceção. À distância de 2,44 bilhões de anos luz, é um dos objetos mais distantes diretamente observáveis com um equipamento amador.

Alguns quasares apresentam mudanças na luminosidade que são rápidas na faixa óptica e até mesmo mais rápidas nos raios-X. Como estas mudanças acontecem muito rapidamente, elas definem um limite superior no volume do quasar; os quasares não são muito maiores que o Sistema Solar. Isto implica uma densidade de energia muito alta. O mecanismo por trás das mudanças de brilho provavelmente envolve radiação relativística de jatos apontados diretamente em nossa direção. O quasar com o redshift mais alto conhecido é ULAS J1120+0641, com um redshift de 7,085, que corresponde a uma distância de aproximadamente 12.9 bilhões6 de anos luz

 

Acredita-se que a energia dos quasares resulte da acreção de material em buracos negros supermaciços no núcleo de galáxias distantes, tornando-os uma versão luminosa de uma classe mais geral de objetos conhecidos como galáxias ativas. Como a luz não pode escapar do buraco negro supermassivo no centro dos quasares, a energia que escapa está sendo gerada do lado de fora do horizonte de eventos pelo stress gravitacional e intensa fricção no material que está caindo.Enormes massas centrais (106 a 109 massas Solares) foram medidas em quasares usando mapeamento de reverberação. Várias dezenas de galáxias próximas, que não apresentam sinais de um núcleo quasar, apresentam sinais de um buraco negro central semelhante em seus núcleos, por isto acredita-se que todas as galáxias maiores contém um, mas somente uma pequena fração emite radiação poderosa e são vistas como quasares. A matéria que está acrescendo ao buraco negro não cai diretamente, mas tem algum momento angular, em sua maioria, que fará com que se concentre em um disco de acreção. Os quasares também podem ser disparados ou re-disparados em galáxias normais quando elas fundem com uma nova fonte de matéria. Há uma teoria de que um quasar possa ser formado quando a galáxia Andrômeda colidir com nossa Via Láctea, em aproximadamente 3 a 5 bilhões de anos

 

Mais de 200.000 quasares são conhecidos, a maioria do Sloan Digital Sky Survey. Todos os espectros observados tem redshift entre 0,056 e 7,065. Aplicando a Lei de Hubble a estes redshifts, chega-se ao resultado que eles estão entre 600 milhões 10 e 28 bilhões de anos luz de distância comóvel. Devido às grandes distâncias dos quasares mais distantes e a velocidade da luz finita, vemos os quasares e o espaço em torno deles como eles existiam no Universo primitivo.

 

A maioria dos quasares estão a distâncias superiores a três bilhões de anos. Apesar de parecerem apagados quando vistos da Terra, o fato de serem visíveis da distância em que se encontram deve-se ao fato de serem os objetos mais luminosos no Universo conhecido. O quasar que parece ser mais brilhante no céu é 3C 273, na constelação de Virgem. Ele tem uma magnitude aparente de 12,8 (brilhante o suficiente para ser visível através de um telescópio médio, mas tem uma magnitude absoluta de -26,7. De uma distância de 33 anos luz, este objeto brilharia no céu tanto quanto nosso Sol. A luminosidade deste quasar é, portanto, cerca de 2 trilhões (2×1012) vezes mais brilhante que nosso Sol, ou cerca de 100 vezes o total da luminosidade de uma galáxia gigante média como a nossa Via Láctea. Entretanto, este valor assume que o quasar esteja emitindo energia em todas as direções. Um núcleo galáctico ativo pode ser associado com um jato poderoso de matéria e energia, não precisa estar irradiando em todas as direções. Em um Universo contendo centenas de bilhões de galáxias, a maior parte delas já teve um núcleo ativo bilhões de anos atrás e devem ser vistas localizadas a bilhões de anos luz de distância, é estatisticamente certo que milhares de jatos de energia estão apontados para nós, alguns mais diretamente que outros. Em muitos casos pode ser que quanto mais brilhante o quasar, mais diretamente seu jato está apontado para nós.
 
O quasar hiperluminoso APM 08279+5255 recebeu, quando foi descoberto em 1998, uma magnitude absoluta de -32,2, apesar da imagem de alta resolução do Hubble Space Telescope e do Telescópio Keck de 10 m revelarem que o sistema sofreu os efeitos de uma lente gravitacional. Um estudo da lente gravitacional neste sistema sugere que ele foi ampliado por um fator próximo a 10. Ele ainda é muito mais luminoso que os quasares próximos, como 3C 273.

Fonte:
Wiki

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