sábado, 26 de abril de 2014

Complexidade Irredutível - Design Inteligente


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Complexidade Irredutível

Um conceito usado pelos cientistas, estudiosos, e defensores do Design Inteligente que segundo a qual certos sistemas biológicos têm uma complexidade alta, e que é altamente improvável que tenha surgido de forma evolutiva a partir de predecessores mais simples, ou menos completos, através de mutações aleatórias que tenham vantagem e com seleção natural ocorridas naturalmente, sem a interferência de inteligência, pois tais sistemas biológicos só poderiam ser funcionais se todas as suas partes estivessem presentes e montadas em uma ordem certa, seguindo um procedimento. Esse é um dos argumentos que apoia o Design Inteligente, não é plausível que a complexidade da vida seja vinda a partir de processos naturais, sem alguma inteligência coordenando.

Segundo o resultado de um julgamento famoso que ocorreu chamado Kitzmiller v. Dover Area School District: “O conceito de complexidade irredutível é majoritariamente descartado pelo comunidade científica”. Talvez por outros motivos quem sabe é descartada, esse caso ocorreu por conta do conteúdo da origem da vida em escolas americanas, deveriam aprender sobre a teoria de Darwin ou o Design Inteligente.

A ciência descarta a complexidade irredutível, porém ela não deixa de existir e estar bem claro ser a prova da existência de Deus para muitos estudiosos do assunto.

O autor da complexidade irredutível, Michael Behe, define um sistema irredutivelmente complexo como um sistema “composto de várias partes bem combinadas que interagem e que contribuem para a função básica do sistema, onde a remoção de qualquer das partes faz com que o sistema pare de funcionar”. Para confirmar esse argumento ele aponta alguns exemplos que, segundo ele, demonstram que as formas biológicas modernas não poderiam ter evoluído naturalmente.

Segundo o ponto de vista dos críticos:

Os críticos consideram que a maioria ou todos os exemplos são baseados em uma compreensão errônea do funcionamento dos sistemas biológicos em questão, e consideram a baixa qualidade dos exemplos uma grande prova do argumento pela ignorância ( isto é, se ninguém provou que X é falso, então X é verdadeiro).

Citação de William Dembski, outro defensor do Design Inteligente:


Um sistema que executa uma função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um conjunto de partes individualizadas de forma não arbitrária, bem-combinadas,que interagem mutuamente, de forma que cada parte no conjunto é indispensável para manter a função básica, e portanto original, do sistema. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido como o núcleo irredutível do sistema.



Exemplos biológicos irredutivelmente complexos:

Ciclo de Krebs – O início e o fim interligados

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O ciclo do ácido cítrico começa com o Acetil-CoA, transferindo seu grupo acetila de dois carbonos ao composto receptor oxaloacetato, de quatro carbonos, formando um composto de seis carbonos, o citrato.

O citrato então passa por uma série de transformações químicas, perdendo dois grupos carboxila na forma de CO2. Os carbonos liberados na forma de CO2 são oriundos do oxaloacetato, e não diretamente do Acetil-CoA. Os carbonos doados pelo Acetil-CoA se tornam parte do oxaloacetato após o primeiro passo do ciclo do ácido cítrico.

A transformação dos carbonos doados pelo Acetil-CoA em CO2 requer vários passos no ciclo de Krebs. No entanto, por causa do papel do ácido cítrico no anabolismo (síntese de substâncias orgânicas), ele pode não ser perdido já que muitas substâncias intermediárias do ciclo também são usadas como precursoras para a biosíntese em outras moléculas.

A maior parte da energia disponível graças ao processo oxidativo do ciclo é transferida por elétrons altamente energéticos que reduzem o NAD+, tranformando-o em NADH. Para cada grupo acetila que entra no ciclo de Krebs, três moléculas de NADH são produzidas (o equivalente a 2,5 ATPs).

Elétrons também são transferidos ao receptor Q, formando QH2.

No final de cada ciclo, o Oxoalocetato de quatro carbonos é regenerado, e o processo continua utilizando o resultado do último processo como base principal para se obter um novo ciclo

O olho
O olho é um exemplo famoso de uma estrutura irredutivelmente complexa, devido a suas muitas partes elaboradas e interconectadas, parecendo todas elas dependentes uma da outra. O olho é frequentemente citado por defensores do Design Inteligente e criacionismo como um exemplo de complexidade irredutível. Behe usou o "problema do desenvolvimento do olho" como uma evidência do Design Inteligente no livro Darwin's Black Box. Apesar de Behe reconhecer que a evolução de grandes estruturas anatômicas do olho serem bem explicadas, ele alegou que a complexidade das reações bioquímicas necessárias a nível molecular para a sensibilidade à luz ainda desafiam as explicações. O criacionista Jonathan Sarfati descreveu o olho como o "grande desafio" dos biólogos evolucionistas e "um exemplo de soberba 'complexidade irredutível' na criação de Deus", apontando especificamente para sua suposta "vasta complexidade" necessária para a transparência.

Em uma passagem geralmente citada de forma errada de "A Origem das Espécies", Charles Darwin parece reconhecer o desenvolvimento do olho como uma dificuldade para sua teoria. Entretanto, a citação no devido contexto mostra que Darwin possuía uma boa compreensão da evolução do olho. Ele aponta que "supor que o olho [...] possa ter sido formado pela seleção natural parece, eu confesso frequentemente, absurdo no mais alto grau". Entretanto, esta observação era apenas um recurso retórico de Darwin. Ele prossegue explicando que se a evolução gradual do olho for demonstrada como possível, "a dificuldade de acreditar que um olho perfeito e complexo possa ser formado pela seleção natural [...] dificilmente pode ser considerada real". Ele então seguiu apresentando um provável roteiro de evolução do olho usando exemplos de olhos gradualmente mais complexos, de várias espécies.


Desde os dias de Darwin, a ancestralidade do olho é bem melhor compreendida. Apesar de que o entendimento da construção dos olhos antigos através do registro fóssil ser problemático devido ao fato dos tecidos macios não deixarem impressões ou restos, a evidência genética e de anatomia comparativa tem apoiado a idéia de uma ancestralidade comum a todos os olhos.

Flagelo

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O flagelo de certas bactérias constitui um motor molecular exigindo a interação de cerca de 40 partes proteicas complexas, e a ausência de qualquer uma destas proteínas faz com que o flagelo não funcione. Behe mantém que o "mecanismo" do flagelo é irredutivelmente complexo por que se tentarmos reduzir sua complexidade colocando um estágio anterior mais simples de seu desenvolvimento evolucionário, obteremos um organismo que não funciona de maneira apropriada.

Em contrapartida, pesquisas apontam que o corpo basal do flagelo é similar ao sistema secretor Tipo III, uma estrutura em forma de agulha que alguns germes patogênicos como a Salmonella e a Yersinia pestis usam para injetar toxinas em células eucariontes vivas. A base da agulha possui dez elementos em comum com o flagelo, mas ainda faltam quarenta das proteínas que fazem o flagelo funcional. Entretanto, ainda que a dúvida permaneça, este sistema parece negar a alegação de que tirar qualquer das partes do flagelo o transformam em uma estrutura inútil. Isto fez com que Kenneth Miller notasse que "As partes destes sistema supostamente irredutivelmente complexo na verdade tenham funções próprias."

Resposta da comunidade cientifica

A complexidade irredutível associada ao Design Inteligente ainda se mostra falha em obter aceitação notável dentro da comunidade científica.Um autor sobre ciência chamou a complexidade irredutível de "estratégia da rendição intelectual completa."

Caminhos evolutivos potencialmente viáveis foram propostos para todos os sistemas alegadamente irredutivelmente complexos, como a coagulação do sangue, o sistema imunitário, e o flagelo, que eram os três exemplos que Behe usou. Mesmo seu exemplo de uma ratoeira foi demonstrado como redutível por John H. McDonald. Se a complexidade irredutível é um obstáculo intransponível para a evolução, não deveria ser possível sequer conceber estes caminhos - Behe comentou que estes caminhos plausíveis derrotariam seu argumento.

Niall Shanks e Harl H. Joplin, ambos da East Tennesse State University, mostraram que os sistemas que Behe caracterizou como tendo complexidade bioquímica irredutível podem surgir natural e espontaneamente como resultado de processos químicos auto-organizados. Eles também apontam que os sistemas bioquímicos e moleculares que evoluíram apresentam "complexidade redundante" — um tipo de complexidade que é o produto da evolução de um processo bioquímico, e que Behe superestimou a significância da complexidade irredutível por causa de sua visão simples e linear das reações bioquímicas, resultante na sua seleção de instantes de funcionalidades seletivas de sistemas, estruturas e processos biológicos, ao mesmo tempo que ignora a complexidade redundante do contexto em que estas funções estão naturalmente inseridas. Também criticaram sua dependência de metáforas simplistas demais, como a da ratoeira. Além disso, a pesquisa publicada no Nature, uma publicação que faz peer-review, demonstrou que as simulações de computador da evolução demonstraram que é possível que a complexidade irredutível evolua naturalmente.

Um documentário sobre o assunto:
Desvendando o mistério da vida.

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